miércoles, 2 de marzo de 2011

Castro Marim (Portugal) podría pedir una Denominación de Origen Protegida para su sal

La vecina localidad de Castro Marim, en Portugal, pretende impulsar la industria de la sal y estudia la posible petición de una Denominación de Origen Protegida (DOP) para ello. Así lo cuentan los compañeros del Jornal do Algarve: A necessidade de criação de uma Denominação de Origem Protegida (DOP) e de se aumentar a áreas de produção, bem como a unificação de esforços para a conquista de mais espaço no mercado e a preservação da excelência do produto, foram algumas das conclusões do encontro “O Sal de Castro Marim”, que decorreu na última semana.
Esta iniciativa do Jornal do Baixo Guadiana e da Associação para a Geminação Castro Marim/Guérande, reuniu produtores de sal tradicional e outros especialistas no auditório da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.
Recorde-se que os produtores já conseguiram que o Sal de Castro Marim ostente um selo de certificação da Nature et Progrès e da Sativa, que o diferencia nos mercados nacional e internacional. Em conjunto com produtores de outras regiões, também já conseguiram que a União Europeia reconhecesse o sal como um produto agroalimentar, em vez de mineral, “um importante passo para se conseguir a Denominação de Origem Protegida, que é outra das nossas lutas”, explicou Fernando Reis, presidente da Tradisal – Associação dos Produtores de Sal Marinho Tradicional do Sotavento Algarvio.
“Neste momento, a nossa luta vai também no sentido de proteger a produção de flor de sal, que é a nossa maior riqueza. Os produtores industriais já estão a entrar na flor de sal e o nosso objetivo é que ela seja reconhecida como uma atividade tradicional, para que só possa ser produzida por produtores tradicionais”, acrescenta aquele dirigente associativo.
Mas em relação à denominação de origem, continua a não haver consenso. Há quem defenda uma DOP para Castro Marim, mas também há quem defenda uma DOP para todo o Algarve. “Pessoalmente, defendo a criação da DOP de Castro Marim, pois o sal já está perfeitamente identificado no mercado como Sal de Castro Marim, Sal de Tavira, Sal da Ria Formosa/Olhão…”, diz Fernando Reis, frisando que esta “é uma opinião pessoal e não da Tradisal”.
Durante o encontro, Ana Soeiro, da Qualifica (Associação Nacional de Municípios e de Produtores para a Valorização e Qualificação dos Produtos Tradicionais Portugueses) também defendeu esta ideia: “A marca ‘Sal Tradicional do Algarve’ não é registável. E mesmo que o fosse, poderia depois ser usada por qualquer outra indústria. Mas Castro Marim reúne todas as condições para registar uma DOP para o sal e para a flor de sal”.
Jorge Moura, da Tradisal, recordou que alguns dos mais conceituados chefs de cozinha a nível internacional já consideraram o sal de Castro Marim como sendo o melhor do mundo. “Não quero ir tão longe, mas também não tenho pejo em afirmar que o sal e a flor de sal de Castro Marim estão ao nível do melhor que se produz no mundo”, considerou o dirigente associativo.
No entanto, o francês Jean-Didier Gry, da Associação para a Geminação Castro Marim/Guérande, revelou que naquela localidade francesa, uma das mais importantes e mais conhecidas em termos de produção de sal, “diz-se, em voz baixa, que o melhor sal do mundo não é o que é produzido ali, mas sim o de Castro Marim”.
Atualmente, em Castro Marim, apenas pouco mais de 10 por cento da área total de salinas é que está a ser explorada, encontrando-se a restante ainda ao abandono. Há alguns anos esta atividade estava praticamente extinta, mas a Tradisal, a Cooperativa Terras de Sal, a Reserva do Sapal e a própria Câmara Municipal de Castro Marim deram-lhe um novo impulso, através da recuperação de salinas e da procura de mercados para o sal e para a flor de sal recolhidos de forma tradicional, que hoje são já produtos cuja qualidade é reconhecida internacionalmente.
Os responsáveis da nova empresa municipal de Castro Marim, também já garantiram aos produtores que a NovBaesuris estará empenhada na defesa daquela atividade, retomando a criação do Museu do Sal (Centro Interpretativo do Sal), incentivando o reforço dos locais de venda do sal de Castro Marim naquela vila, bem como colaborando em atividades e ações que ajudem a afirmar a marca Sal de Castro Marim.

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